Música, exposição de artes e flash tattoo: Primeira edição do Festival Independente Floresta Sonora proporciona essa fusão e fortalece a cena cultural paraense
Música, exposição de artes e flash tattoo: Primeira edição do Festival Independente Floresta Sonora proporciona essa fusão e fortalece a cena cultural paraense
Acordes da guitarrada de Lucas Estrela, ritmos amazônicos embutidos no som eletrônico de Uaná System, letras com forte expressão cantadas por vários artistas independentes, artes nas paredes e na pele. A Primeira edição do Festival Floresta Sonora, organizada pela galera do Casarão Floresta Sonora, lotou um dos maiores locais de festa, em Belém. A celebração é uma iniciativa independente do Casarão, que contou com a colaboração de artistas locais.
Reunir desde artistas independentes, como Bando Mastodontes, Inesita e Antônio de Oliveira até artistas paraenses de peso nacional, como Keila Gentil e Lucas Estrela, foi uma missão cumprida pelo Casarão. Os artistas se misturaram no palco em uma grande celebração musical e a missão foi atingida com a realização de uma economia solidária efetiva.
O Duo da banda Strobo, produtor e idealizador do Festival Floresta Sonora, Léo Chermont, explica que a primeira edição do Festival se tornou possível com a economia solidária efetiva, onde o Casarão trocou espaço e serviço da produtora pela presença dos artistas e apoio técnico.
Organizar um show para um artista, ceder o espaço do Casarão e gravar músicas são moedas de trocas reais. “São várias trocas de serviços que a gente tem a possibilidade por ter o espaço, por ter criado essa estrutura”, explica o idealizador. Por trás dessa força de fazer acontecer, tem muita história envolvida.
DE ONDE EBOLIU A IDEIA DO FESTIVAL?
Engana-se quem pensa que a ideia vem só da vontade de fazer acontecer. Inseridos no cenário musical paraense e colaborando na produção musical dos dois lados da moeda há três anos no Casarão, Léo Chermont e Dan Bordallo reabriram o espaço, que anteriormente existiu sob o comando de Léo. No início, a ideia era de experimentação e criação pessoal, mas existiu uma expansão inesperada. “Quando a gente viu, a gente começou a gravar muita gente, a gente começou a gravar artistas que a gente queria gravar, Pio Lobato, Lucas, Mastodontes, vários dessas gerações novas”, diz o produtor. Eles queriam que os artistas tocassem para o público e aí foram criados os Casarões Sessions.
Os produtores e artistas do espaço Casarão Floresta Sonora costumavam abrir as portas para o público curtir as gravações que rolavam aos domingos. No esquema de pague quanto quiser, era possível assistir as gravações de artistas destaques como Camila Honda, Natália Matos e Strobo. Cerca de 50 pessoas movimentavam o lugar e a necessidade de expansão era visível.
Criar um clima de diversão e comemoração, fazer uma noite de celebração da produção musical do Casarão, fortalecer a cena cultural e esquentar as produções são objetivos que fazem parte da ideia central Festival. “São vários desdobramentos do mesmo objetivo, que é cada vez mais fortalecer a cena cultural, cada vez mais esquentar as produções”, explica Léo Chermont. A partir do “boom” vivenciado pelo Casarão, foi possível conferir a primeira edição do Festival Floresta Sonora com participações inéditas em uma line-up que agitou a noite.
“São vários desdobramentos do mesmo objetivo, que é cada vez mais fortalecer a cena cultural, cada vez mais esquentar as produções”
LINE-UP AMAZÔNIDA, QUENTE E CATIVANTE
Com apresentação do músico Felipe Cordeiro e discotecagem de Renata Beckmann e Will Love, sete atrações da lista subiram ao palco. Todas com misturas de sons amazonidas. A cantora Inesita, junto a guitarra de Léo Chermont, abriu o Festival com as músicas do novo EP, o “Cinza”. Em sequência, Antônio de Oliveira fez uma participação especial inundada de expressividade.
Lucas Estrela soltou os acordes de guitarrada com a participação de Dan Bordallo no teclado. O resultado chamou atenção do brasiliense Guilherme Calixto. “Eu estou achando fantástica, uma mistura de Carimbó, uma música Brega, um Regional, eu estou curtindo bastante”, afirma o brasiliense durante o Festival. Logo depois, Estrela fez uma participação cheia de sincronia com Keila Gentil, ex participante do grupo Gang do Eletro.
“Eu estou achando fantástica, uma mistura de Carimbó, uma música Brega, um Regional, eu estou curtindo bastante”
O clima eletrônico, com ritmos locais, como a cumbia e o carimbó e uma forte manifestação política visual no telão, foi intenso e característico do show dos DJ’s Waldo Squash e Luan Rodrigues, o duo conhecido como Uaná System. A sequência foi de Thais Badu no show com Uaná. As músicas da cantora carregavam letras fortes e de arrepiar sobre resistência.
A última banda a participar do Festival Floresta Sonora foi a Bando Mastodontes. Os seis integrantes vestiam roupas associadas a identidade amazônida, com verde predominante, vozes potentes e instrumentos diversos para compor as músicas. O Bando é composto por artistas independentes que, assim como os outros, já passaram pelo Casarão. A professora de inglês paraense, Wanessa Nunes, foi especialmente para conferir o show do Mastodontes e fala sobre a visão que tem sobre o Festival. “É um grande incentivo para as bandas independentes de Belém e também acho que é uma oportunidade das outras pessoas conhecerem bandas que as vezes a gente nem conhece”, compartilha Wanessa Nunes.
“É um grande incentivo para as bandas independentes de Belém e também acho que é uma oportunidade das outras pessoas conhecerem bandas que as vezes a gente nem conhece”
EXPRESSÃO COM TINTA? TAMBÉM TEM
Em um local iluminado com luzes coloridas e sofá extenso, a exposição de artes coletiva estava presente. A exposição carregava quadros dos artistas visuais conhecidos como Bender, Bonikta e Kambô. Os três trabalhos eram cheios de cores e imagens que, de cara, lembram os traços de cada um deles. Os quadros de Kambô tinham imagens de indígenas, feitas em tintas neons, verde, azul e rosa, enquanto os quadros de Bonikta e Bender tinham elementos com estilo mais pessoais dos artistas.
Achou que acabou? Não, não. A galera podia curtir a música do festival, a exposição e ainda se tatuar lá mesmo. Além da exposição, Bonikta fez parte do flash tattoo com Bender. Os dois, no cantinho próximo a parede dos quadros, estavam disponíveis para atender e tatuar quem chegasse.
Bonikta diz como a experiência de participar do Festival colabora para a arte que ele produz. “É uma experiência legal, porque ele movimenta, mistura a música com a arte visual e aí faz a galera se movimentar para vim até aqui e aí poder ter uma oportunidade de expor com uma galera legal, expor com artistas legais, estar nesse meio, é muito interessante”, explica o artista.
“É uma experiência legal, porque ele movimenta, mistura a música com a arte visual e aí faz a galera se movimentar para vim até aqui e aí poder ter uma oportunidade de expor com uma galera legal, expor com artistas legais, estar nesse meio, é muito interessante”
O QUE INICIA HOJE, CONTINUA AMANHÃ!
A Primeira Edição do Festival Floresta Sonora contou com a participação de músicos e produtores de outros estados, como o Mancha, proprietário da Casa do Mancha e idealizador do festival Fora da Casinha, em São Paulo. Todos os apoios e participações foram bem-vindas. “Parece que já nasceu com muito amor”, conta Léo Chermont.
“Parece que já nasceu com muito amor”
O Casarão Floresta Sonora continua produzindo e fomentando a cena musical paraense. Apesar do show último show da noite, do Bando Mastodontes, ter sido interrompido por pedidos de autoridades em meio a justificativas de segurança, a primeira edição do festival foi só um gostinho do que ainda vem por aí. Léo Chermont afirma que pretende continuar com a produção do festival, trazendo mais shows inéditos e fortificando a cena cultural. “A gente tem que abraçar as pessoas e mostrar que tem uma condição de se viver justamente, dignamente, com música e com arte, no Brasil, em Belém e aproveitar que a gente tá longe de tudo e criar a nossa própria cara”, diz o produtor.
Quer conferir como foi o festival, o que a galera achou e as palavras do idealizador, Léo Chermont? Clica no play logo abaixo
Se você perdeu o festival ou ficou com saudade do dia e quer relembrar um pouco, confere a playlist que a Maniva criou. Lá, você encontra parte do repertório dessa edição e mais músicas dos artistas!
Mais fotos da primeira edição do Festival Floresta Sonora? Opa, tem sim! Confira logo abaixo